terça-feira, 22 de maio de 2012

Dislexia

Sou disléxica e ao longo de minha vida escolar vivi muitos preconceitos. Quando pequena era considerada uma aluna fraca e com imensas dificuldades. Como sou da época em que o ensino fundamental não reprovava, fui indo aos "trancos e barrancos". Sofri muito por não conseguir acompanhar minha turma e sempre fui vista com a "gorda burrinha". Sobrevivi a minha vida escolar em meio a muita dor: calada, assustada e encolhida em meu mundo solitário. Lembro de uma professora de História que adorava ditar textos e eu "odiava", é claro, as suas aulas. Nunca conseguia acompanhar o tal ditado. Fazia uma confusão imensa entre T e D, F e V, G e C, P e B e por aí a fora. Somente sabia as palavras mais simples do meu dia a dia. 
Só quando cheguei no ensino médio que me dei conta que eu era inteligente sim, pois me saía bem em cálculo e criava histórias com facilidade; só tinha que ler "trilhões" de vezes meu texto para verificar se usei corretamente as letras no lugar correto. Foi aí que comecei a usar uma nova técnica para aprender a ler e escrever: decorar as palavras, sua forma, seu tamanho. Quando me deparava com alguma desconhecida que tinha a letra T ou D, por exemplo, a técnica era comparar com a palavra TOMATE e tentar perceber o som do T, se não fosse este som, com certeza era D. Até hoje tenho que pelo menos pronunciar de três a quatro vezes as minhas palavras chaves para poder reconhecer o som de cada letra e ainda ligar a sua forma.
É claro que tal dificuldade  fez-se muralha na conquista de meu espaço numa sociedade tão competitiva e egoísta. Escalei este imenso muro com muito suor e inúmeras vezes com medo de cair, mas fui sempre olhando para cima e cheguei. Consegui!!!!!
Hoje sou pedagoga e especialista em tecnologia da educação e minha prioridade é incentivar meus alunos com dificuldades, seja ela qual for. Minha missão é mostrar a estes alunos que são capazes e que vão superar todas as barreiras e conquistar seu espaço neste mundo. 

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sábado, 11 de fevereiro de 2012

O buraco no muro

Eu estive no EducaParty 2012 (Campus Party) e tive a honra de assistir a palestra do Professor Sagata Mitra. Ficou em mim muitas dúvidas, e confesso que isso me é muito bom. Quando dentro de mim moram dúvidas fico mais atenta as coisas que rolam ao meu redor. A experiência do Professor Mitra é sim o caminho para a inclusão!