Mais de mil deficientes visuais brasileiros à espera por um cão guia

1ª escola da América Latina ligada à Federação Internacional de Cão Guia faz apelo de doações para a construção de centro de treinamento e para atender a grande demanda de brasileiros com necessidades especiais

No mês de junho, mais dois deficientes visuais ganharão uma nova vida, graças ao trabalho desenvolvido pelo grupo de voluntários da Escola Helen Keller de Cães Guias, entidade sem fins lucrativos sediada em Balneário Camboriú, SC, e a primeira escola da América Latina ligada à Federação Internacional de Cão Guia.

Entretanto, muitas pessoas aguardam na lista de espera da escola uma chance de se integrarem definitivamente à sociedade para exercerem livremente a cidadania através do auxílio dos cães guias.

“Nosso trabalho não se baseia em treinar cães, mas em ajudar pessoas na conquista de qualidade de vida. São seres humanos que esperam uma oportunidade para entrarem no mercado de trabalho, para terem uma vida social com outras pessoas, para circularem livremente pelas ruas...”, explica o treinador da Helen Keller, Fabiano Pereira -  um dos únicos 3 brasileiros formados por instituições profissionais de cães guias, que existem apenas no exterior – e todos eles formados através da escola Helen Keller.

Saiba como funciona o treinamento de um cão guia e a adaptação com o deficiente visual

Segundo Fabiano Pereira – formado pela escola Seeing Eye Dogs (SEDA) na Austrália, o treinamento de cada cão e a adaptação com o futuro dono tem duração de 2 anos. “Cada cão é acompanhado desde os 45 dias de vida até os 2 anos de idade, sem falar no processo de adaptação com o deficiente visual que dura de 4 a 5 semanas”, afirma.

“Mesmo depois do cão entregue, existe um acompanhamento permanente da escola, é um trabalho eterno e feito com muita paixão e empenho”, destaca. Além disso, ele explica que esse processo vai muito além do treinamento. “É preciso fazer uma escolha extremamente criteriosa para colocar o cão certo ao lado da pessoa certa incluindo inúmeros fatores como tipo físico, comportamento, enfim, é uma série de detalhes que deve ser feito com responsabilidade e apoio permanente porque estamos falando da vida das pessoas”, complementa.

Estima-se que no Brasil existam hoje cerca de 70 cães guias devidamente treinados. Graças ao apoio de voluntários e de doações de pessoas físicas, órgãos e de empresas que oferecem subsídios para a realização desse processo, desde 2006, a Helen Keller já entregou 4 cães guias e neste ano fará a entrega de mais 2 cães, sem falar de outros 10 cães que estão passando pelo processo de avaliação e treinamento.

Escola de cães guias Helen Keller precisa de apoio e doações para atender milhares de pessoas necessitadas

Mesmo com as conquistas da escola, os números são muito pequenos perto da grande demanda de pessoas no Brasil que necessita desse apoio.

Atualmente, é possível fazer o trabalho, mas apenas com um número reduzido de cães e, para isso, eles contamos com a ajuda de voluntários socializadores que, após orientações, cedem as suas próprias casas para a adaptação do cão ao meio. “Os cães precisam se sentir em casa, em um ambiente domiciliar e recebem todo um tratamento especial – essa é uma parte importante do processo”.

A meta principal da escola é construir um Centro de Treinamento devidamente estruturado e, dessa forma, multiplicar instrutores capacitados para atenderem os deficientes visuais não só em Santa Catarina, mas em todo o Brasil.

O objetivo é construir um Centro para atender todo o Brasil

Neste ano, a prefeitura de Balneário Camboriú fez a doação de um terreno, concessão por 20 anos, para a construção de um Centro Profissional de Treinamento da Escola Helen Keller.

“O primeiro passo foi dado, agora fazemos um apelo às pessoas de todo o país que nos ajudem a fazer a construção e, dessa forma, ampliar a assistência aos deficientes visuais”, anuncia.

O custo total do projeto está estimado em R$ 1 milhão incluindo a área de treinamento, área de socialização e adaptação, espaço administrativo, consultórios de profissionais da medicina como veterinários, psicólogos, e etc. Isso, sem falar dos recursos para a manutenção da escola. Para se ter uma idéia, o treinamento de cada cão guia tem um custo de cerca de R$ 30 mil para a escola.

“Apesar de ser uma entidade filantrópica, a escola precisa ser vista e trabalhada como uma empresa. Precisamos de apoio e de recursos para desenvolver um trabalho com estrutura adequada a essas pessoas com necessidades especiais”., finaliza Fabiano.

FAÇA A SUA DOAÇÃO

Para a escola Helen Keller, qualquer doação é muito bem vinda, desde recursos financeiros, materiais de construção, produtos veterinários, ou trabalhos voluntários.

Doações em dinheiro

A escola disponibiliza uma conta corrente para doações, seja qual for o valor. 

Dados para depósito em conta corrente:

Banco do Brasil

Agência: 1489-3

C/C : 30459-X

CNPJ: 039796370001-60

Ajuda de empresas

Empresários interessados em ajudar a escola também podem entrar em contato pelo telefone: (47) 9977-1858 – com João Nirto Diel, Presidente da escola.

Convênio Celesc

A adesão do convênio estabelecido entre a escola e a Celesc – Centrais Elétricas de SC -  é uma alternativa para quem está no Estado. Basta solicitar o formulário através do e-mail contato@caoguia.org.br e autorizar o débito de qualquer valor direto na conta de luz.

Entrevistas à imprensa e mais informações:

Presidente da escola: João Nirto Diel – (47) 9977-1858,

Secretário da escola: Paulo Bernardi – (47)  9966-7007

Treinador e técnico da escola: Fabiano Ferreira – (47) 9994-9483

www.caoguia.org.br.